quarta-feira, dezembro 14, 2016

A CHOLDRA

A estatistica é como o Biquini :- o que mostra é sugestivo :- o que esconde é vital



A CHOLDRA. Semanário republicano de combate e de crítica à vida nacional– Ano I, nº 1 (31 de Janeiro 1926) ao nº 21 (19 de Junho de 1926); Propr: José Valentim; Editor: Henrique Jorge Didelet; Adm/Redacção: Rua do Poço dos Negros, 86, 3º (Lisboa); Direcção: Eduardo [Pinto] de Sousa; Impressão: Rua do Século, nº 150; 192621 numrs 

[Alguma] Colaboração/Textos/Citações/Gravuras: Adriano Monteiro [prés. U. Ferroviária do Porto], Afonso Correia, Albano Negrão, Ângelo Vaz, Aníbal Torres, António Normando, António Passos, Batista Diniz, Basílio Teles, Bernardino Machado, Deodoro da Fonseca, Eduardo Faria, Eduardo de Sousa, Figueiredo de Lima, Guerra Junqueiro, “J. B.”, José Barbosa, José Domingues dos Santos, Lobo Reimão, Magalhães Lima, Mayer Garção, Máximo Gorki, Mondina de Faria, Nóbrega Quintal [ver uma curiosa Carta Aberta dirigida a Cunha e Costa, nº 5], “O Cão do Cego”, Quirino de Jesus, Raul Proença, Repórter X, Sousa Júnior, Spartacus, Stuart Carvalhais, Teixeira de Queiroz, Trindade Coelho.

► "A CHOLDRAAQUI digitalizado [Hemeroteca Municipal de Lisboa]

 
“A voz clamorosa e incerta, voz de angustia e de revolta, que é a voz das turbas anónimas, espesinhadas e traídas, vai encontrar éco e expressão gráfica nestas páginas. Vêm de muito longe os protestos e lamentos de baixo, contra os vexames e os crimes de cima. Vêm do fundo das idades. (…)

Em Portugal, como em toda a parte, urge prégar de novo a Liberdade e combater a Reacção. A isso vimos exclusivamente” [A Choldra, nº1]

"A Choldra representa a leitura de um ano de enorme e brutal fractura no tecido político português. O seu último número – de 19 de junho de 1926 –, traduz não já a revolta militante e libertária que os seus textos percorreram, mas um grito de alerta em desespero de causa. Como muitas outras vozes, foi calada pelo golpe militar de 28 de Maio de 1926" [ler AQUI]

► NOTA: De uma dissidência do PRP [então liderado por António Maria da Silva] nasce o Grupo da Esquerda Democrática [5 de Agosto 1925], mais tarde chamado “Partido Republicano da Esquerda Democrática” – sob liderança de José Domingues dos Santos [1885-1958]. O semanário “A Choldra” apoia o projecto político do grupo da “Esquerda Democrática” [os “canhotos”], com a curiosidade de igual adesão do jornal “O Mundo” [ver “O Mundo”, de 17 de Outubro 1925] e do próprio diário “A Capital”. 

Diga-se que o grupo da “Esquerda Democrática” assume como matriz ideológica o programa do Partido Republicano de 1891. Dele fizeram parte ilustres republicanos como Adriano Brandão (Coimbra), Amadeu Leite de Vasconcelos, António Joaquim e Sousa Júnior, António Medeiros Franco, António Resende, Cristiano da Fonseca, Ezequiel Campos, João de Barros, João Carrington da Costa, João Pedro dos Santos, Joaquim Rodrigues Marinho, Leonardo Coimbra, dr. Luiz Guerreiro, Manuel Gregório Pestana Júnior, Manuel Pedro Guerreiro (Faro), (comandante) Paulino Gomes, Pedro de Castro, (capitão) Pina de Morais, Sá Pereira, Soveral Rodrigues, (coronel) Tavares e Carvalho, Virgílio Saque, e outros mais, como o curioso Carlos Rates [sobre o assunto consultar António José Queirós, "A Esquerda Democrática e o Final da Primeira República", 2008].
 
J.M.M.

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